terça-feira, 12 de julho de 2011

RODADA DE NEGOCIAÇÃO MAIS UMA VEZ FRUSTRA TRABALHADORES DA COMUNICAÇÃO


Em nova rodada de negociação para o fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho de 2011, na manhã desta quinta-feira 7, realizada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), os patrões da comunicação mais uma vez frustram as expectativas dos trabalhadores. Só avançam 0,7% além do INPC, chegando a 7% de reajuste e nada mais que contemple algum ponto das pautas apresentadas pelos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas.

O discurso é sempre o mesmo, de que muitas empresas estão no limite e não podem negociar além desse limite. Mas o discurso não vem acompanhado de números que mostrem que as empresas de comunicação de Sergipe estão mal de caixa. E ele conflita com a realidade, pois os veículos de comunicação são obrigados a estampar em seus próprios noticiários e páginas de jornal que o comércio sergipano cresce mês a mês, que a economia do Estado está num crescente e, com isso, a arrecadação de ICMS também.

“E se o comércio, a economia e a arrecadação de ICMS do Estado crescem, é óbvio que o bolo publicitário cresce junto e a arrecadação das empresas de comunicação também. É um ciclo natural. A quem os empresários da comunicação querem tapear? Ninguém é bobo. Se tem crise, arrocho no trabalhador. Se a economia vai bem, arrocho também? Não faz sentido”, reclama o presidente do Sindicato dos Jornalistas, George Washington.

Ainda de acordo com ele, o país e, mais ainda o Nordeste, vive um momento extremamente positivo no que diz respeito aos mercados publicitário e de comunicação, e que estudo sobre essa realidade foi apresentado aos patrões.

“Mas eles ignoram essa realidade como se Sergipe não fosse um estado Nordestino localizado no Brasil. Então, é hora da categoria responder à altura e ir pras ruas, pra luta, porque só vai haver avanço nessas negociações se a população conhecer melhor essa nossa realidade.

Sem avanços –
Para Fernando Cabral, presidente do Sindicato dos Radialistas, a rodada foi mais do que frustrante, foi um tapa na cara do trabalhador. Cabral lembra que jornalistas e radialistas, em assembleia, para flexibilizar as negociações, decidiram por acatar algumas das propostas de mudanças na Convenção pleiteadas pelos patrões, relativas ao controle de jornada e à escala de folgas. Mas não viram nenhuma contrapartida do lado patronal.

“Eles falam em flexibilizar as negociações, nós flexibilizamos, e o que ganhamos com isso? Apenas 0,7% de reajuste além do INPC. Isso é avanço? Pra se ter uma ideia, o salário mínimo deve ir para R$ 616 em 2012. Ou seja, está se aproximando no nosso piso. E não há nenhum avanço em nenhuma cláusula social. Não vamos aceitar isso. O momento é de discutir avanços”, diz Cabral.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2012, encaminhado ao Congresso Nacional, prevê um salário mínimo de R$ 616,34 para o ano que vem, de R$ 676,35 para 2013 e de R$ 745,66 para 2014.

“O jeito é ir pras ruas, fazer manifestações para que as pessoas entendam que os lucros das empresas têm ficado com os patrões, não com os trabalhadores. E essas empresas só funcionam por causa dos trabalhadores. Patrão só administra a entrada e saída do lucro da sua conta”, completou o sindicalista.

Jornalistas e radialistas têm assembleia na próxima quinta-feira, dia 14/7, quando vão discutir a contraproposta patronal e os atos que serão realizados para demonstrar toda a insatisfação das categorias com as negociações.

FONTE: Sindicato dos Jornalistas de Sergipe

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